[RESENHAS] Dezesseis

11:41


Dezesseis é a distopia sensação do momento! E não é para menos, o livro escrito por Rachel Vincent e publicado em Junho/2017 pela editora Universo dos livros nos apresenta, em suas 240 páginas, todo um mundo novo, enquanto faz críticas às grandes potências governamentais e traz importantes questionamentos, super atuais e bem embasados.
Nossa protagonista é Dahlia 16, cidadã de Lakeview, uma cidade onde TUDO é completamente planejado. Todas as pessoas são criadas em laboratório, com características genéticas voltadas para cumprir as funções para as quais foram designadas, com máxima eficiência. Lá, não existem indivíduos.
A estrutura da cidade divide-se em 05 departamentos: Departamento de Força de Trabalho, Departamento de Artes, Departamento de Especialistas (saúde, ciência e engenharia), Departamento de Defesa e Departamento de Administração.
Os habitantes dessas alas acreditam em um futuro esplêndido, onde usarão as habilidades adquiridas nos anos de treinamento para contribuir para a glória de sua cidade. Por isso, contam os dias para a sua formatura aos dezoito anos. 
Porém, vamos descobrindo, junto com a protagonista, que a realidade não é bem essa. 

Dahlia integra a Divisão de Força de Trabalho. Nessa divisão há mais 4.999 garotas. Todas saudáveis, fortes, inteligentes, com cabelos e olhos castanhos e pele clara. Todas com o mesmo rosto, mesma altura, mesmo biotipo. Idênticas


A protagonista atua na Seção dos Agricultores Hidropônicos, com mais 19 idênticas, mas se destaca delas por seu desempenho, sendo chamada à Administração e convidada para ser instrutora de sua área. E é aí que sua vida, até então absolutamente igual às de suas irmãs agricultoras  hidropônicas, muda quando, em um incidente na volta de sua reunião com a Administradora, Dahlia 16 conhece Trigger 17, um cadete do Departamento de Defesa. 
Ele a considera interessante. Linda. Única. Isso significa que ele deve ser defeituoso. 
Quando Dahlia não consegue parar de pensar nele – nem resistir a procurá-lo, ainda que isso signifique quebrar as regras – ela percebe que deve ser defeituosa também. Mas, se ela for defeituosa, todas as idênticas também são. E qualquer genoma com defeito descoberto deve ser recolhido. Destruído. Ser pega com Trigger não  selaria 
apenas o destino de Dahlia, mas o das cinco mil garotas com o mesmo rosto.
Mesmo entre outros tantos rostos iguais, um se encanta pelo outro e não consegue fugir desse sentimento, o qual ambos sabem o quanto pode prejudicá-los, já que não é permitido sequer conversar com alguém de outro setor, quanto mais manter um relacionamento. Ainda assim, eles se envolvem de maneira intensa e arriscada. 
No entanto… e se Trigger estiver certo? E se Dahlia for mesmo diferente? Subitamente, a garota que sempre seguiu todas as regras começa a quebrá-las, uma a uma…

O enredo é de tirar o fôlego e, durante a narrativa, Rachel nos leva para dentro da história. A todo momento é como se estivéssemos na pele da protagonista, vivenciando todas as situações. Sentimos o carinho que ela nutre pelas idênticas, o medo de ser capturada, a adrenalina, nos empolgamos com as descobertas... é, realmente, muito emocionante! A escrita leve e fluida da autora nos conduz por uma ótima trama distópica, onde há romance, mas este não é o foco da história, que possui personagens marcantes, excelente ambientação e um final surpreendente que deixa aquele gostinho de "quero mais", com um ótimo gancho para a continuação (que, aliás, já quero para ontem!).

Leia também!

0 comentários